segunda-feira, 22 de novembro de 2010

DIABETE QUASE TUDO

 
DIABETE QUASE TUDO

Primeiro vamos tentar responder as perguntas mais freqüentes sobre esta (síndrome), em seguida vamos dar algumas dicas sobre alimentação e por fim vamos nos aprofundar um pouco mais sobre o assunto.

PERGUNTAS FREQÜENTES (FAQs)
SOBRE DIABETE


O que é diabetes mellitus (diabete)?
Distúrbio metabólico que compromete sobretudo a capacidade do organismo de utilizar adequadamente a glicose e outros compostos químicos. Caracteriza-se pela elevada concentração de glicose no sangue e também pelo aparecimento de glicose na urina.

Qual é a causa do diabete?
A quantidade insuficiente de insulina secretada pelo pâncreas. Contudo, há muitos outros fatores metabólicos complexos, envolvendo um desequilíbrio entre as várias glândulas endócrinas. Pesquisas recentes sugerem que muitos diabéticos têm sua insulina anormalmente ligada a outras proteínas na corrente sangüínea, de maneira que ela se torna inativa.

Que fatores predispõem ao diabete?
Embora não se conheça exatamente a causa desse distúrbio, sabe-se que ocorre com mais freqüência nas pessoas obesas, nas que têm um caso de diabete na família e, ainda, nas que sofrem de alguma disfunção do pâncreas, fígado, supra-renais ou hipófise.

O diabete é muito comum?
Cerca de 2% de toda a população tem diabete. Mas muitos casos não são diagnosticados por falta de exames.

Existem crianças diabéticas?
Sim, o diabete pode ocorrer em qualquer idade.

O diabete é hereditário?
Não é propriamente hereditário, mas 25% dos pacientes diabéticos têm um caso da doença na família, sugerindo, pelo menos, a existência de uma predisposição hereditária.

Uma infecção pode provocar o diabete?
Não, mas pode agravar, intensificar ou evidenciar a doença. Apenas um abscesso ou infecção capaz de destruir grande parte do pâncreas poderia provocar diretamente o diabete. Isso, porém, é muito raro.

A ingestão de açúcares ou carboidratos em excesso pode causar diabete?
Não, mas pode agravar e evidenciar uma tendência latente à doença.

A emoção pode causar o diabete?
Diretamente não, mas sabe-se que o diabete pode piorar ou revelar-se nas crises emocionais.

Quais os sintomas do diabete?
a) Nos casos leves podem não existir sintomas. A doença pode ser constatada por acaso, através de um exame rotineiro de urina ou de sangue que indique a presença de açúcar na urina, ou aumento da taxa de glicose no sangue;
b) Nos casos mais graves, os sintomas incluem sede excessiva, micção freqüente, perda de peso, de força e energia.
Ocasionalmente, o primeiro sinal evidente pode ser o início do estado de coma (perda da consciência), porque a doença progrediu a um estágio avançado sem ter sido reconhecida.

Como se pode diagnosticar o diabete?
a) Pelo alto teor de glicose encontrado no sangue;
b) Pela presença de açúcar na urina;
c) Pelo tipo de curva característica do teste de tolerância à glicose

A presença de açúcar na urina sempre indica diabete?
Não. Pode ser provocada por outras doenças.

A ausência de açúcar na urina elimina a possibilidade de diabete?
Não. A glicose pode estar aumentada no sangue, sem que apareça na urina.

Em que consiste o teste de tolerância à glicose?
Dá-se ao paciente certa quantidade de açúcar. Durante algumas horas, depois a intervalos regulares, colhem-se amostras do sangue do paciente. Determina-se então a concentração de glicose nessas amostras. Com os dados obtidos traça-se uma curva que apresenta características especiais nos pacientes diabéticos.

Todos os diabéticos precisam tomar insulina?
Depende da gravidade da doença. Muitos casos podem ser controlados por dieta ou por medicamentos antidiabeticos de uso oral.

Existe algum meio de evitar o diabete?
Se a pessoa tem apenas "tendência" à moléstia, poderá evitá-la adotando uma dieta equilibrada, com pouco açúcar, e mantendo o peso nos limites normais. Deve-se também evitar as infecções capazes de agravar ou desencadear um diabete latente.

O que é insulina?
Substância química normalmente produzida por certas células do pâncreas. A insulina é de vital importância para a utilização e distribuição adequadas do açúcar pelo organismo. Sua produção insuficiente provoca o diabete.

O diabete pode ser controlado pela aplicação de insulina?
Sim.

A insulina pode ser tomada por via oral?
Não. Deve ser injetada sob a pele.

Quem injeta a insulina?
O próprio paciente. Até crianças pequenas podem aprender a aplicar a insulina em si mesma.

É dolorosa a aplicação feita pelo próprio paciente?
Só a picada da agulha, à qual o diabético se acostuma em pouco tempo.

Com que freqüência os diabéticos devem tomar insulina?
Em geral, uma ou duas vezes por dia, em quantidades determinadas pelo médico.

Uma vez iniciado, o tratamento com insulina deve ser mantido por toda a vida?
Geralmente, sim.

A dose necessária de insulina se modifica com o passar do tempo?
Sim, pode aumentar ou diminuir

Como o paciente sabe a dosagem correta que deve tomar?
Os resultados dos exames laboratoriais e a consulta médica periódica estabelecem a dose e a freqüência correta das injeções de insulina. Os diabéticos devem aprender a fazer seus próprios exames de urina.

E difícil fazer o exame para pesquisa de açúcar na urina?
Não. É muito simples e qualquer pessoa pode aprendê-lo em pouco tempo.



O teste para pesquisa de açúcar na urina é muito simples e todo diabético deveria aprender a fazê-lo. Uma pequena amostra de urina quando misturada com reagentes apropriados (gotas, fitas de papel ou pastilhas) desenvolve cor característica que, comparada a tabelas de referência, fornece informação sobre a presença ou ausência de açúcar.

Os medicamentos de uso oral podem controlar o diabete?
Sim, mas não substituem a insulina nos casos mais graves. Esses remédios são mais eficazes nos casos de diabete que ocorrem em pessoas com mais de 40 anos de idade.

O que significa "choque insulínico" (hipoglicemia)?
Às vezes, a dose de insulina pode diminuir excessivamente o nível do açúcar no sangue, provocando no paciente, tremores, manchas na visão, suor, fraqueza repentina, tontura, sensação de vazio no estômago e confusão mental, às vezes seguida de perda da consciência e coma.

Como se pode prevenir o coma insulínico?
Pela imediata ingestão de açúcar aos primeiros sinais de hipoglicemia.

Como o paciente pode saber se seu diabete está bem controlado?
Examinando a própria urina; fazendo periodicamente dosagem de glicose no sangue; observando a ausência ou presença de sintomas como sede ou fome excessiva, perda de peso, fraqueza, etc.

O que é acidose?
Estado patológico que se evidencia pela presença de acetona na urina e indica que o diabete não está controlado. Os pacientes devem aprender a testar não só a presença do açúcar, mas também a de acetona na urina.

A acidose é prejudicial?
Sim, pois indica que o diabete não está controlado.

Quais as causas da acidose no diabético?
a) Alimentação incorreta;
b) Dosagem inadequada de insulina;
c) Qualquer infecção aguda ou doença que perturbem o controle normal do diabete.

Os diabéticos são especialmente sujeitos a infecções?
Sim. Além disso, seu organismo tem menor capacidade de combater infecções. Assim, devem ter muito cuidado com a higiene pessoal e consultar o médico ao apresentarem qualquer infecção.

Que males pode provocar um diabete que se prolonga por muitos anos?
Na verdade, o diabete prolongado não provoca males, e sim pode antecipar problemas que ocorrem no indivíduo em idade mais avançada, como o endurecimento das artérias, problemas cardíacos e renais, doenças dos olhos, dos nervos, ou problemas circulatórios nos membros inferiores.

Esses problemas podem ser evitados ou diminuídos?
Sim, através de cuidado meticuloso e cooperação entre o diabético e seu médico.

O diabético pode ter vida longa e saudável?
Sim, desde que siga as instruções do médico.

Que alimentos os diabéticos devem evitar?
Todos os que contêm grande quantidade de açúcar, como balas, confeitos, sorvetes, bolos. Também devem reduzir o consumo de alimentos ricos em amido, como pão, batatas, macarrão e arroz.

As mulheres diabéticas devem evitar a gravidez?
Não. Contudo, precisarão de assistência especial do médico e do obstetra, pois as complicações da gravidez são mais freqüentes entre as diabéticas.

As mulheres diabéticas têm filhos normais?
Sim.

Existem infecções que são mais perigosas para os diabéticos?
Sim, as que ocorrem ao redor dos dedos dos pés e das unhas, pois podem conduzir à infecção incontrolável e à gangrena. Os diabéticos de meia-idade, que apresentam sintomas de arteriosclerose devem ter cuidados especiais com os pés.

O diabético deve consultar o médico regularmente sobre as medidas específicas para o cuidado e higiene dos pés?
Sim.

O que pode acontecer ao diabético se não se cuidar e não seguir os conselhos médicos?
a) Pode apresentar infecções graves, que podem levar à perda de um membro ou até mesmo à morte;
b) Pode chegar à acidose, ao estado de coma e à morte.

O diabete pode desaparecer espontaneamente, sem tratamento?
Não. Entretanto, certos casos leves de diabete, desencadeados por uma infecção ou pelo abuso dietário, podem desaparecer depois de curada a infecção e controlada a dieta.

Os diabéticos podem ser operados com segurança?
Sim, graças aos modernos cuidados pré e pós-operatórios.

O diabético pode ter vida normal, com atividade física sem restrições?
Sim, mas deve lembrar-se de que a atividade física consome a glicose sangüínea, alterando portanto sua necessidade de insulina.

O diabete encurta a vida?
Não, se for controlado. Muitos diabéticos até vivem mais do que pessoas que não têm essa doença, pois consultam o médico mais freqüentemente, têm maior cuidado em evitar infecções e outras doenças e levam vida mais regrada.

É comum os diabéticos viverem até os 70 ou 80 anos de idade?
Hoje em dia isso ocorre mais freqüentemente.

ESTRATÉGIA ALIMENTAR
Você pode regularmente efetuar refeições e lanches, para evitar oscilações dos níveis de açúcar no sangue.
Carboidratos, proteínas e gorduras de forma equilibrada em cada refeição.
Alimentos pobres em gordura e ricos em fibras, para atingir e manter um peso normal.

CONTROLE
Alimentos com "calorias vazias" como doces e petiscos, que possam contribuir para a obesidade.
Gorduras saturadas e alimentos feitos com gorduras hidrogenadas.
Mais de 35 milhões de pessoas em todas as Américas são acometidas de diabete melito, uma doença crônica do metabolismo que afeta a habilidade do corpo de converter glicose, o açúcar do sangue, em energia. Isso ocorre quando o corpo não consegue mais produzir a quantidade adequada de insulina, o hormônio necessário para o metabolismo da glicose. Como todos os tecidos do corpo humano precisam ser abastecidos continuamente de glicose, o diabete pode afetar todos os órgãos. Pode causar doença cardíaca, insuficiência renal, cegueira e problemas nervosos.
A alimentação é a base para administrar o diabete. Uma alimentação apropriada pode aju¬dar a manter bons níveis de glicose no sangue e evitar ou retardar complicações de longo prazo do diabete. Diabéticos devem consultar nutricionistas para planejar uma dieta. Além de controlar a glicose, um plano alimentar deve levar em conta a idade e as preocupações relacionadas à saúde, como os níveis de colesterol e a pressão alta.
O equilíbrio de carboidratos, de gorduras e de proteínas é fundamental. Para manter níveis saudáveis de glicose no sangue, refeições e lanches devem ser balanceados, a fim de fornecer uma mistura de carboidratos, gorduras e proteínas. Adultos podem precisar reduzir a ingestão de gordura e colesterol para prevenir doenças cardíacas e renais. Um indivíduo acima do peso precisa tentar emagrecer, reduzindo a ingestão de calorias e aumentando os níveis de atividades diárias.

CARBOIDRATOS
Carboidratos é a moeda básica da glicose.
Para a maioria dos diabéticos, alimentos ricos em carboidratos, como legumes, pães, cereais e massas, devem representar de 45% a 60% de suas calorias diárias. Como o conteúdo fibroso desses carboidratos desacelera a liberação de glicose, amidos altamente fibrosos, como cevada, cereais de aveia, feijão, ervilha e lentilhas, ajudam a suprimir qualquer aumento brusco dos níveis de açúcar no sangue após as refeições.
Planejamentos nutricionais permitem a inclusão de carboidratos simples como melaço. Açúcares e adoçantes em dietas moderadas. Contrariando as recomendações do passado, a ênfase agora é no monitoramento total do consumo de carboidratos em cada refeição/lanche e não da fonte de carboidratos. Mas os carboidratos não são todos iguais quando se trata de nutrição. Carboidratos complexos, como grãos e cereais, fornecem vitaminas, minerais e fibras, ao passo que açúcares e adoçantes fornecem em grande parte calorias. Por isso, carboidratos complexos devem ser os protagonistas da alimentação dos diabéticos, e açúcares devem ser ingeridos em pequenas quantidades.
Fibras solúveis - o tipo encontrado na aveia podem, (na verdade ajudar a baixar os níveis de açúcar no sangue e de colesterol também). As fibras insolúveis, encontradas em grãos integrais e em muitos legumes, satisfazem o apetite com menos calorias.

PROTEÍNAS
Escolha fontes nutritivas de proteínas. Não há pesquisas que confirmem os benefícios do aumento ou da redução da ingestão de proteínas em casos de diabete brandas. Portanto, a quantidade recomendada para não-diabéticos também é adequada para diabéticos adultos. Alimentos com proteínas de alta qualidade (carnes magras, substitutos para a carne e derivados do leite com baixa gordura) devem fornecer de 10 a 20% das calorias diárias.

GORDURA
Diabéticos devem adotar dietas pobres em gordura. Dietas com muita gordura contribuem para a obesidade e para o aumento dos níveis de colesterol. Gorduras saturadas provenientes de produtos de origem animal e gorduras hidrogenadas de alimentos industrializados também devem ser restringidas. Por outro lado, gorduras poliinsaturadas e monoinsaturadas - como as encontradas em óleos vegetais, peixes, abacate, nozes, amêndoas etc. - são boas para o coração e ainda desaceleram o processo digestivo, ajudando a estabilizar os níveis de açúcar no sangue. Podem, ainda, reduzir a resistência à insulina.

A RELAÇÃO COM O PESO
A prevalência do diabete melito está crescendo cada vez mais. Nem todas as pessoas com excesso de peso desenvolvem o diabete, mas 85% dos diabéticos do tipo melito pesam mais do que deveriam. Gordura extra, sobretudo no abdome, que deixa o corpo em forma de maçã, está associada à resistência de insulina. Se diagnosticados precocemente, diabéticos do tipo melito com excesso de peso podem se livrar da doença ao adotarem um estilo de vida mais saudável e atingindo ou mantendo um peso ideal. Mesmo se não atingirem seu peso ideal, qualquer redução facilita o controle da doença por meio de dietas e de exercícios.
Controle se índice de massa corporal (IMC) = massa do corpo dividido pela sua altura ao quadrado: fórmula matemática: massa / altura² ; Ex.: digamos que sua massa seja 60 kg., e a sua altura 1,65 m., então temos:
60 / 1,65² = 60 / 2,7225 = 22,038

TABELA SEGUNDO A O.M.S.
CONDIÇÃO IMC EM ADULTOS
ABAIXO DO PESO = ABAIXO DE 18,5
NO PESO NORMAL = ENTRE 18,5 E 25
ACIMA DO PESO = ENTRE 25 E 30
OBESO = ACIMA DE 30

PROVAS MÉDICAS: A PERDA DE PESO É PODEROSA MEDICINA PREVENTIVA
Um importante estudo clínico analisou um grupo de pessoas acima do peso e com altos riscos de desenvolver diabete. Os pesquisadores descobriram que quem perdia um pouco de peso reduzia os riscos em até 58%. Indivíduos acima de 60 anos reduziam ainda mais. Perder apenas 5% do peso corporal já faz diferença.

BEBER MAIS CAFÉ PODE REDUZIR O RISCO DE DESENVOLVER DIABETE MELITO
Segundo estudo recente publicado no Annals of Internai Medicine, homens que bebiam mais de 240 ml de café ao dia baixavam o risco de desenvolver o diabete melito à metade, e as mulheres reduziam o risco em 30%. Pesquisadores ressaltam que o café contém potássio, magnésio e antioxidantes que melhorariam a resposta do corpo à insulina. Eles advertem, no entanto, que são necessárias mais pesquisas para afirmar se é o café - ou algum outro fator ligado aos bebedores de café que os protege.

MITO
Diabéticos não podem comer sobremesas doces.
Ao contrário do que diz a crença popular não há razões para os diabéticos cortarem o açúcar por completo.
Não há problemas em comer um doce de vez em quando.

ÍNDICE GLICÊMICO (IG)
Alguns alimentos que contêm carboidratos são digeridos e absorvidos rapidamente para o fluxo sangüíneo, ao passo que outros são digeridos e convertidos em glicose sangüínea mais lentamente. O índice Glicêmico mede o efeito do alimento com carboidrato na glicose sangüínea. Pesquisas revelaram que incluir alimentos com IG baixo na alimentação pode melhorar o controle do açúcar no sangue dos diabéticos. Exemplos de alimentos com IG baixo são ervilha, feijão, lentilha, frutas (como maçã, pêra e laranja), cevada, cereais, de farelo de trigo, massas, leite e iogurte. Alimentos de IG alto são: batata, bolo de arroz, cereal em flocos com açúcar, refrigerante, melancia, pretzel e biscoito de água e sal. O IG de um alimento pode variar de acordo com o método de preparo. Uma batata assada pode ter o IG mais alto do que p de uma cozida (para mais informações, ver, índice Glicêmico.)

CROMO
A deficiência de cromo, um mineral traço, tem sido associada à redução da tolerância de glicose. O cromo é encontrado em alimentos como o farelo de trigo, grãos integrais, peito de frango, cogumelos e melaço de cana-de-açúcar. Alimentos processados e refinados como pão branco, arroz branco, açúcar e doces contêm pouca quantidade de cromo.
Uma pesquisa feita com suplementos de cromo demonstrou que eles podem fornecer um efeito benéfico para que se alcance o controle de glicose no sangue, quando se fala em diabéticos. Um medicamento multivitamínico pode conter cromo em pequenas quantidades (até 50 mcg). Se você quiser ingerir suplementos de cromo, não tome mais que 200 mcg por dia essa é a dosagem considerada segura.

DIABETE MELITO
A cura total do diabete é fenômeno muito raro; seus sintomas, porém, podem ser controlados por dieta e pelo uso de medicamentos adequados.
O mecanismo pelo qual o diabete se instala no organismo continua desconhecido. Tanto é que, tecnicamente, não se fala em moléstia, mas em síndrome diabética, e sob tal denominação agrupa-se um complexo de sintomas. Os mais evidentes são sede intensa e aumento de apetite, o que não impede que o doente emagreça; a eliminação de urina também cresce consideravelmente. Cansaço e dificuldade para concentrar-se no trabalho são outros sinais que, reunidos aos primeiros, fazem pensar em diabete.
O diabete melito ou sacarina é uma doença crônica, provocada pela deficiente produção de insulina pelo pâncreas (a insulina é um hormônio que promove a metabolização dos carboidratos). Os casos brandos são geralmente assintomáticos, sendo descobertos casualmente, durante exames de rotina.
O diabete em fase adiantada tem sintomas clássicos que raramente deixam de se manifestar, tais como: sensação de fraqueza (astenia), emagrecimento, apetite exagerado (polifagia), aumento acentuado da eliminação urinaria (poliúria), sede constante (polidipsia) e prurido cutâneo, de intensidade variável. Mais raramente, é possível que a doença se manifeste pela primeira vez sob a forma de coma. Esse início brusco e dramático ocorre com relativa freqüência no chamado diabete juvenil, que se inicia antes dos 15 anos de idade e se caracteriza pela completa ausência de produção de insulina pelo pâncreas.
O controle da moléstia — que se desenvolve lentamente — é feito através de dieta e injeções de insulina (hormônio que normalmente se produz no pâncreas). As injeções regulam o nível do hormônio, compensando a secreção deficiente, enquanto a dieta visa a diminuir a ingestão de glicídios.

A INCIDÊNCIA
Embora a origem e o mecanismo do diabete ainda não estejam definitivamente esclarecidos, vários fatores que intervém em seu aparecimento já podem ser apontados com segurança. São eles: herança, lesões pancreáticas diretas, choques, obesidade, sexo e idade.
Fala-se em herança quando pais diabéticos geram filhos diabéticos. É a transmissão direta ou dominante. A herança pode ser transmitida também deforma indireta ou recessiva. Estão neste caso os pais diabéticos cujos filhos, embora não sendo diabéticos, são portadores de uma tendência, e capazes de transmitir a moléstia à terceira geração (atavismo).
Lesões pancreáticas, como fator determinante, são pouco encontradas. Contudo, podem ocorrer em conseqüência de infecções das vias biliares, pancreatites agudas, traumatismos, cistos, tumores que venham a destruir o tecido produtor de insulina.
Observou-se ainda que o diabete atinge mais os brancos do que os negros e amarelos. A obesidade, por sua vez, acompanha 40% dos casos. Raramente atinge crianças, embora possa ocorrer nos primeiros meses de vida. E é mais freqüente na mulher do que no homem, numa faixa de idade que vai dos 40 aos 60 anos. Antes dos 40 incide igualmente em ambos os sexos. E mais: ocorre com freqüência nos países onde a alimentação é pobre em hidratos de carbono e rica em gorduras.

INSULINA E HORMÔNIOS
O diabete melito ou diabete sacarina classifica-se como enfermidade crônica do metabolismo, caracterizada pelo baixo aproveitamento da glicose, por aumento da taxa de açúcar no sangue (hiperglicemia) e pela passagem desse excesso de glicose para a urina (glicosúria), que são decorrentes da diminuição ou parada na produção de insulina.
Existem casos em que a insulina é produzida normalmente — e até em quantidade superior à normal, mas sua ação não se realiza em virtude de falha inicial no lobo anterior da hipófise, no córtex supra-renal ou na tireóide. Em conseqüência, instala-se uma forma de diabete denominada normoinsulínica. A secreção anormal desses hormônios pode provocar também a paralisação da atividade das células que secretam a insulina (ilhotas de Langerhans), fato ocasionado, igualmente, por lesões do pâncreas motivadas por pancadas fortes no abdome, câncer pancreático e moléstias infecciosas como o tifo ou a escarlatina. As lesões provocadas pelo diabete podem ser classificadas como: hialinização, desgranulação, fibrose, degeneração* infiltração celular e esclerose vascular.
Algumas complicações, como nevralgias faciais ou do trigêmeo, tuberculose, alguns distúrbios ópticos e cicatrização lenta de feridas, podem surgir eventualmente.

METABOLISMO DOS AÇÚCARES
Parte da glicose assimilada pelo intestino delgado transforma-se, no fígado e nos músculos, em glicogênio. Este fica armazenado nas células hepáticas, constituindo o principal reservatório orgânico de glicose. O processo pelo qual o glicogênio se transforma em glicose denomina-se glicogenólise, e realiza-se na medida das necessidades orgânicas. Constitui o principal mecanismo pelo qual a glicemia normal é mantida, ainda que em jejum temporário.
Além de obter glicose por absorção intestinal e por glicogenólise, o organismo também o faz por meio de metabolismo das proteínas e gorduras. É a gliconeogênese, que se processa especialmente no fígado. Todos os compostos derivados da glicólise, os aminoácidos glicogênicos e o glicerol podem ser convertidos em glicose que, desintegrando-se nos tecidos, constitui a fonte essencial de energia, a qual mantém ativos todos os processos vitais.
A insulina tem a função de transformar os açúcares e regular a proporção em que a glicose é absorvida pelas células. Havendo interrupção ou deficiência na produção de insulina, o organismo não assimila satisfatoriamente os açúcares. Estes passam à circulação sangüínea, elevando o nível de glicemia. Atingindo o dobro da taxa normal, que é de l grama de açúcar para cada litro de sangue, os rins já não conseguem reter o açúcar, e este passa para a urina (glicosúria). Em conseqüência dessa sobrecarga de açúcares, o volume de urina aumenta (poliúria).

SENSIBILIDADE
A insulina é formada por uma molécula de proteína, cuja estrutura química é perfeitamente conhecida. Seu efeito, no entanto, só é mantido enquanto a molécula de proteína não sofre qualquer modificação. Por essa razão, não se administra insulina por via oral, pois os sucos digestivos agiriam sobre sua estrutura, alterando-a.
A quantidade de insulina produzida no pâncreas é regulada por seu próprio nível no sangue, pela concentração de açúcares e pelo consumo que dela se faz no fígado e em outros órgãos. Dessa maneira mantém-se a homeostase: quanto mais rapidamente a insulina for destruída, maior será a produção.
A retirada do pâncreas ocasiona o esgotamento ou, pelo menos, a diminuição de glicogênio nos músculos e no fígado; a gliconeogênese aumenta e a queima de glicose diminui. Por outro lado, aumenta a produção de glicose a partir de proteínas e gorduras que são decompostas. Injetando-se insulina, o processo se inverte: a glicose é queimada, transformando-se em energia, e o estoque de glicogênio no fígado e nos músculos aumenta.
Em algumas células, a insulina age, inicialmente, alterando-lhes a membrana, operação que permite uma passagem mais rápida da glicose através dela.

DIAGNÓSTICO, COMPLICAÇÕES E TRATAMENTO
Em qualquer tipo ou estágio do diabete melito, o diagnóstico baseia-se principalmente em exames laboratoriais para determinar a taxa de açúcar contido no sangue (glicemia) e na urina (glicosúria). Como a glicemia depende da alimentação, isto é, aumenta após ingestão de açúcar e diminui na falta deste, a determinação do nível sangüíneo de açúcar para o diagnóstico do diabete deve ser feita em completo jejum.
Nessas condições, a glicemia oscila entre 80 e 120 mg para cada 100 cm3 de sangue. Nos casos mais graves de diabete, as cifras podem até superar os 400 mg.
Em condições normais, a glicose contida no sangue é completamente filtrada, nos rins, pelos glomérulos e, em seguida, absorvida pelos túbulos, de onde é reconduzida à circulação sangüínea. Assim, a urina normal jamais contém açúcar. Mas o mecanismo de reabsorção tubular tem limites — o chamado limiar renal. No caso da glicose, varia entre 1,6 e 1,8 g de> açúcar por litro de sangue filtrado. Acima dessas quantidades, a glicose é eliminada junto com a urina. Por isso, a determinação da glicosúria é rotineira nos exames de controle do diabete já diagnosticado. Entretanto, não deve ser utilizada como exame exclusivo no diagnóstico da moléstia, pois é possível ocorrer glicosúria sem que haja hiperglicemia e, portanto, diabete melito: a eliminação de açúcar também ocorre no chamado diabete renal, caracterizado exclusivamente por um limiar renal excepcionalmente baixo. Daí a grande eliminação de glicose pela urina, apesar de haver produção normal de insulina pelo pâncreas e uma taxa normal de glicose no sangue.
O diabete pode se acompanhar de complicações cardiovasculares, nervosas, oculares e cutâneas. As complicações cardiovasculares são comuns e, provavelmente, resultam do estreitamento vascular determinado pela moléstia (angiopatia diabética). As mais freqüentes são hipertensão arterial, angina do peito, enfarte do miocárdio, insuficiência cardíaca e obliterações arteriais periféricas. Estas últimas levam a dificuldades de cicatrização e favorecem o surgimento de gangrena nas extremidades do corpo.
Dos distúrbios nervosos destacam-se as alterações da sensibilidade cutânea (formigamentos, sensações localizadas de dor ou de calor), impotência e frigidez. As complicações oculares do diabete são as mais comuns e também as mais temíveis. Entre estas, destacam-se as modificações da retina (hemorragias, inflamações) e do cristalino (catarata). As complicações cutâneas mais frequentes são manchas esbranquiçadas (xantomas), localizadas sobretudo nas pálpebras, ombros e antebraços.
Além disso, no diabete não tratado, a impossibilidade de utilização dos carboidratos obriga o organismo a recorrer à gordura e às proteínas para obtenção de energia. O desdobramento dessas substâncias pelo fígado acarreta excessiva produção de compostos chamados corpos cetônicos, muito tóxicos acima de determinado nível de concentração no sangue. Podem levar ao coma, complicação muito grave e às vezes mortal da enfermidade.
A normalização dos sintomas do diabete baseia-se em regime alimentar pobre em carboidratos e na administração de insulina natural ou de antidiabeticos sintéticos. Os casos de diabete juvenil só reagem ao tratamento com insulina natural, que obriga o pacien¬te ao desconforto de injeções diárias desse medicamento.
Em qualquer caso, os cuidados dietéticos e os medicamentos devem ser mantidos por toda a vida: os casos em que o diabete desaparece completamente são muitíssimo raros. Mesmo assim, o diabético corretamente tratado pode levar vida perfeitamente normal.
Uma das mais graves complicações do diabete é a chamada angiopatia diabética, ou seja, o comprometimento progressivo dos vasos sangüíneos, particularmente das arteríolas e capilares arteriais. As mais atingidas são as redes arteriais dos rins, da retina, dos membros inferiores e do cérebro. Além dessas, podem ser igualmente afetadas as artérias cardíacas e pulmonares.


A deficiência de insulina é a causa de alterações no metabolismo dos carboidratos e, por extensão, no das gorduras e proteínas, quer ao nível extracelular, quer no interior da própria célula.

A glicose que não entra nas células acaba-se acumulando no sangue e na urina (hiperglicemia e glicosúria, respectivamente), provocando aumento exagerado da diurese (poliúria), da fome (polifagia) e da sede (polidipsia).

Se ocorrer escassez de glicose na célula, não se completam a síntese do glicogênio, o ciclo das pentoses, a formação de fosfogliceraldeído e o ciclo de Krebs. Em conseqüência, instala-se a insuficiência de açúcares, gorduras e proteínas, seguida pela falta de energia. Essas alterações levam ao emagrecimento e à fadiga fácil dos diabéticos.

Por fim, o excessivo acúmulo de acetilcoenzima leva à formação: no fígado, bexiga e pulmões, de corpos cetônicos, que entram na circulação sangüínea, causando um estado tóxico a cetoacidose.

O diabete, afeta de modo especial as artérias dos rins, retina, membros inferiores, coração e pulmões. Na ilustração (página seguinte), as redes arteriais pulmonares e, renal.


DIABETE
e Catarata
e Cetose
e Esterilidade feminina
e Gravidez
e Hiperglicemia
e Hormônio adrenocorticotrófico
e Nefrose
e Olhos, alterações nos
e Pancreatite


CATARATA

CATARATAS METABÓLICAS — As perturbações endócrinas também podem ocasionar cataratas, por alterações metabólicas.

No caso do diabete há um desequilíbrio que se manifesta no cristalino, como conseqüência dos distúrbios gerais que o próprio diabete provoca: as células das fibras que formam o cristalino podem ficar edemaciadas e, com o passar do tempo, se impregnam de cálcio. Conseqüência: a catarata diabética, que vai ocasionar uma opacificação total.

A insuficiência das paratireóides provoca diminuição do hormô¬nio que elas produzem. Esse hormônio controla a solubilidade dos sais de cálcio, e sua ausência leva a uma precipitação desses sais ao nível das células do cristalino, cuja conseqüência é a catarata.


CETOSE

COLETA E REMOÇÃO — No aproveitamento das gorduras pelo organismo, elas são submetidas a várias reações de desmontagem. Além de água e gás carbônico, alguns produtos formados nesse processo são semelhantes à acetona comum e, por esse motivo, denominados corpos cetônicos.

No metabolismo normal das gorduras, corpos cetônicos formados no fígado são lançados na circulação para serem transformados em outras substâncias. Quando ocorre uma aceleração nesse metabolismo, verifica-se uma superprodução de corpos cetônicos em tal quantidade que não permite mais sua transformação normal. Em conseqüência, aumenta o nível de corpos cetônicos no sangue, os quais começam a aparecer de maneira anormal na urina.

Essa condição anormal, denominada cetonúria, caracteriza uma piora do diabete. Mas ocorre também no jejum prolongado e em pessoas que consomem quantidades deficientes de hidratos de carbono (açúcares). A maior utilização de gorduras, que dá origem à cetonúria, é uma compensação do organismo à falta de açúcares. O organismo passa a queimar mais gorduras para conseguir manter o mesmo ritmo de produção de energia.

A cetonúria pode ocorrer também em estados de falta relativa de hidratos de carbono. Nesses casos, o consumo de açúcares é normal, mas devido a condições especiais, como gravidez e lactação, a exigência de gorduras está aumentada. Já o acúmulo de corpos cetônicos no sangue, conhecido como cetose, pode determinar graves alterações. Esse estado, no diabete (cetose diabética), indica sempre uma piora. Os diabéticos compensados não apresentam acetona na urina ou no sangue. Nos doentes com cetose diabética, a correção da cetose implica a administração de açúcar (sob forma de soro glicosado) e insulina, simultaneamente. Quando o organismo queima o açúcar, determina a retomada de níveis normais de queima de gorduras, e com isso faz desaparecer a cetose.

Em condições normais de consumo, digestão e absorção de gorduras, o conteúdo gorduroso das fezes permanece muito constante: geralmente menos de 5 g de ácidos graxos eliminados por dia. Esse conteúdo é em parte proveniente das gorduras não absorvidas da dieta, mas deriva sobretudo do próprio organismo (secreções intestinais, bile) e, possivelmente, forma-se pela síntese por bactérias do interior do intestino.


ESTERELIDADE FEMININA

TRATAMENTO — Para corrigir os distúrbios hormonais capazes de alterar o processo ovulação, o princípio básico consiste na eliminação das causas. Por exemplo, nos casos de hipotireoidismo, o hormônio tireoidiano poderá ser a solução. Da mesma forma, a alteração das supra-renais, que provoca elevada produção de hormônios sexuais masculinos (andrógenos) na mulher, poderá ser controlada com a administração de corticosteróides, ou, se for o caso, pela correção cirúrgica. Em mulheres diabéticas, a esterilidade decorre da falta de ovulação. O controle da doença poderá favorecer a gravidez. Quando as alterações responsáveis pela esterilidade se localizam no eixo hipotálamo—hipófise—ovário, o tratamento é mais específico. Consiste no uso de drogas que ativam a formação e liberação dos hormônios hipofisários (gonadotrofinas), responsáveis pela estimulação do trabalho dos ovários e a conseqüente produção de óvulos.

Outro recurso utilizado no tratamento da esterilidade é o estí¬mulo da liberação de gonadotrofinas pela hipófise, através do uso de pequenas quantidades de estrógeno. Mas os resultados desse método não têm sido animadores. Efeitos mais positivos são obtidos com o uso da progesterona, que provoca um armazenamento de gonadotrofinas pela hipófise.

Nos casos de tumores ovarianos em funcionamento, especialmente os que produzem hormônios masculinos, a melhor terapêutica é a cirurgia. A remoção dos tumores pode resolver definitivamente o problema da esterilidade. Na ocorrência de ovários micropolicísticos, a retirada de um fragmento em forma de cunha provoca o retorno da ovulação, em cerca de 70 a 80% dos casos. Ainda não se sabe muito bem qual o processo envolvido.


GRAVIDEZ

Diabete gestacional pode complicar a gravidez para a mãe e para o bebê. O efeito das alterações hormonais e do aumento de peso durante a gestação aumenta a demanda no pâncreas, e pode acarretar a resistência de insulina. O diabete gestacional pode acometer qualquer gestante, porém é mais comum tanto em gestantes com mais de 30 anos e acima do peso, como em mães que já tenham tido um filho pesando mais de 4 kg ao nascer ou que tenham histórico familiar de diabete gestacional ou diabete melito.

Todas as mulheres devem fazer exames de diabete entre a 24ª e 28ª semanas de gestação. Se o diabete gestacional for diagnosticado, a gestante precisará modificar sua alimentação e monitorar o peso cuidadosamente. Pode ser necessária a aplicação diária de insulina durante o restante da gestação. Embora este tipo de diabete desapareça, em geral, logo após o parto, mulheres que o tenham tido têm altos riscos de desenvolver o diabete melito futuramente.


HIPERGLICEMIA

FORMAÇÃO DO GLICOGENIO — O glicogênio é a principal fonte de energia de que o organismo dispõe. Sua produção, no fígado, resulta de uma série de reações químicas processadas sobre as moléculas de substâncias da dieta.

O glicogênio é um polissacarídeo, ou seja, um açúcar formado por estrutura molecular complexa. Como tal, o glicogênio se origi¬na dos hidrates de carbono (também chamados glicídios), que entram na composição de alimentos como as farinhas e o açúcar, entre outros. Os glicídios encontram-se também no leite (na forma de lactose). Açúcar de cana é um glicídio chamado sacarose; açúcar de uva é glicose; e assim por diante.

Todos os tipos de açúcar, quando chegam ao intestino, são decompostos em estruturas moleculares simples, chamadas monossacarídeos. Entre os monossacarídeos mais importantes figuram a glicose, a galactose e a frutose.

Para que os monossacarídeos possam ser “montados” e assumirem estruturas de polissacarídeos, é preciso inicialmente convertê-los em glicose. Essa primeira etapa é importante, especialmente porque a glicose é a única forma através da qual os glicídios podem ser transportados pelo sangue. Além disso, só as moléculas de glicose podem ser “montadas” para formar o polissacarídeo de reserva, ou seja, o glicogênio.

O fígado normalmente armazena uns 100 gramas de glicogênio em suas células (reserva importante, mas não a principal, porque certos músculos armazenam quatro vezes mais).

O glicogênio é uma substância ideal para formar estoque energético, principalmente porque é insolúvel e não perturba as condições de estabilidade do líquido que existe nas células. Como o glicogênio não é solúvel, ele não se difunde e portanto não se dispersa do ponto em que é armazenado. Se não fosse assim, a pressão osmótica o faria extravasar da célula, através de sua membrana, e desse modo não haveria condições de acondicionamento.

A glicose encontra-se presente no sangue na proporção de l grama por litro, em média aproximada. Essa concentração de glicose constitui uma condição vital, a (glicemia), que deve ser mantida em nível estável e, adequado.

Qualquer oscilação nos níveis de glicose, além de certos limites, poderá determinar graves distúrbios, capazes de levar até mesmo à morte.

Um dos dispositivos mais importantes na regulagem da glicemia é a insulina secretada pelas células que constituem as ilhas de Langerhans, do pâncreas. Os diabéticos em geral sofrem de uma disfunção pancreática que resulta na produção insuficiente de insulina. Os níveis de açúcar no sangue, então, tendem a ultrapassar os limites de tolerância; é a (hiperglicemia), que conduz a uma perda excessiva de líquido e uma possível desidratação. A hiperglicemia em si não é muito grave, mas indica uma condição de anormalidade em que se produzem outros distúrbios, independentes dela. Como acontece com os diabéticos.

Já o baixo nível de glicose (hipoglicemia) poderá provocar distúrbios muito graves. A glicose é essencial a muitas das atividades celulares, especialmente as das células nervosas. A insuficiência de glicose conduz ao estado de coma e à morte, se o processo não for detido.

O fígado, que produz glicose, é um dos dispositivos de regulagem dos níveis dessa substância no sangue. Se numa emergência os níveis de açúcar caírem, o fígado entrará em ação para liberar glicose no sangue, mediante transformação do glicogênio armazenado em suas células.

Quando uma pessoa se encontra em jejum, as primeiras reservas de glicogênio se esgotam muito rapidamente. Mas o fígado pode continuar a suprir o organismo de glicose, mesmo se o jejum se prolongar por vários dias. Isso porque, quando as reservas de glicogênio alcançam nível muito baixo, o fígado põe em funcionamento um dispositivo automático que controla um segundo mecanismo de reserva. Este mecanismo produz glicogênio e glicose a partir de proteínas, que assim cedem suas reservas para manter o corpo em atividade.

Mas, nessa operação mais complicada, o fígado não trabalha sozinho: em cooperação com outros tecidos que também armazenam hidrates de carbono, o órgão consegue manter em funcionamento a máquina orgânica por mais algum tempo, até que chegue novo suprimento dietético. Se isso não ocorrer, as reservas de proteína de todo o organismo também acabam por se esgotar (principalmente porque elas provêm do protoplasma das células, que é formado quase exclusivamente de proteínas), os músculos se “esvaziam” e a pessoa morre.
O PROCESSO INVERSO — Desde que haja no sangue uma quantidade suficiente de insulina, a ingestão de açúcar em altas doses não provoca elevação no nível de glicose do sangue. É que o fígado desempenha a mesma função reguladora, em processo inverso ao da hipoglicemia.

O excesso de glicose presente no sangue vai do intestino delgado para o fígado, através da veia porta. No fígado, a glicose é transformada em glicogênio e armazenada nas células parenquimatosas. Se o nível de glicose estiver tão alto que ultrapasse o limite de capacidade de conversão, o fígado ainda acha uma saída para o problema: em vez de converter a glicose em glicogênio, converte-a em lipídeos (nome genérico de todas as gorduras do organismo). E os lipídeos vão para os depósitos de gordura.

HORMÔNIO ADRENOCORTICOTRÓFICO
O LOBO ANTERIOR DA HIPÓFISE
Essa glândula produz hormônios essenciais ao crescimento, ao metabolismo geral e à reprodução, garantindo a sobrevivência da espécie.

SEXO E CRESCIMENTO — A adenoipófise produz pelo menos seis hormônios. Três deles, as gonadotrofinas, são sexuais. Além desses, há o hormônio tireotrófico (TSH), o adrenocorticotróflco (ACTH) e o somatotrófico (STH). Com exceção do último, todos os outros são "hormônios de hormônios", isto é, estimulam outras glândulas a produzirem substâncias específicas.

No homem, como na mulher, as glândulas sexuais são chamadas gônadas. E as gonadotrofinas são substâncias que estimulam as gônadas — testículos e ovários — a produzirem hormônios sexuais e células reprodutoras (espermatozóides e óvulos). Tanto no homem quanto na mulher as gonadotrofinas são exatamente iguais. A diferença é ser contínua a liberação nos homens, enquanto na mulher é periódica, determinando os ciclos menstruais.

O hormônio tireotrófico (TSH) estimula a glândula tireóide e, mediante os produtos específicos dela, participa ativamente do metabolismo orgânico, no aproveitamento da água, do iodo, do cálcio, do fósforo, dos açúcares, das gorduras, das proteínas e das vitaminas.

O ACTH — hormônio adrenocorticotrófico — é o ativador da parte anterior da glândula supra-renal, vital no controle de água, sais e outros elementos.

O sexto hormônio produzido pela adenoipófise é o STH, identi¬ficado como -hormônio somatotrófico, ou, mais simplesmente, hormônio do crescimento. É ele que estimula o crescimento de todos os tecidos do corpo.

Quando sua produção durante a infância é insuficiente, ocorre uma anomalia na evolução física, chamada nanismo. Ao contrário, se a produção do hormônio somatotrófico for superior à normal, determinará um crescimento exagerado, fenômeno esse que é conhecido por gigantismo. Se essa produção excessiva ocorrer na idade adulta, quando os ossos já tiverem alcançado seu pleno desenvolvimento, haverá crescimento exagerado das extremidades — mãos, pés e mandíbulas —, ocorrência cientificamente denominada acromegalia.

O STH tem grande importância no aparecimento do diabete e, por essa razão, é também conhecido por hormônio diabetogênico. Nos casos de diabete avançado, quando a doença já está levando o paciente à cegueira, indica-se a retirada ou inutilização da glândula hipófise. Com essa medida, cessa a produção de STH e ocorre uma estabilização parcial do diabete, ao mesmo tempo em que a perda da visão pára de progredir.

Assim, o paciente conserva a visão que lhe restou. Mas é evidente que a eliminação da hipófise implica a cessação também da produção dos "hormônios de hormônios", o que não ocorrerá sem novas complicações.

Dessa forma, as glândulas estimuladas por ela tendem a atrofiar-se. Para sobreviver, o paciente terá de tomar, pelo resto da vida, hormônios sintéticos da tireóide e da supra-renal, a fim de ter uma constituição normal.


NEFROSE

DOENÇA DOS RINS — Nem sempre é possível determinar a causa da nefrose. No entanto, dentre as que se conhecem, algumas são mais comuns. Certos tipos de inflamação dos glomerulos, por exemplo, podem evoluir para a nefrose. É o caso das glomerulonefrite causadas por bactérias do tipo estreptococo e das glomerulonefrite crônicas. Casos de diabete de evolução prolongada, e não controlada, também podem determinar alterações renais que, por sua vez, provocarão a nefrose.

Além dessas causas, também afecções do tecido conjuntivo, como lúpus eritematoso, trombose da veia renal, amilólise do rim e outras, podem ser responsáveis pela nefrose. A amilólise consiste na deposição de material amilóide (semelhante ao amido), formado a partir de diversos processos degenerativos ou infecciosos de longa evolução, no rim — em particular nos glomerulos. Outras causas menos comuns incluem sífilis tardia, reações a algumas drogas (mercúrio, por exemplo), vírus como o do herpes zoster e até reações alérgicas.


ALTERAÇÃO NOS OLHOS

O exame do fundo do olho é de fundamental importância, pois possibilita diagnosticar doenças como diabete, hipertensão e tumores cerebrais.

Em meados do século XIX foi inventado o oftalmoscópio, permitindo melhor exames dos olhos. Com emprego desse aparelho, que permite trabalhar “por dentro” do olho humano vivo, os médicos constataram que, além das alterações do próprio órgão visual, ali se manifestavam reflexos de distúrbios localizados em outras partes do organismo.

GLAUCOMA E DIABETE — Quando o médico projeta, no interior do olho, o facho luminoso do oftalmoscópio, é como se estivesse acendendo um painel luminoso, que acusa a existência de uma série de moléstias localizadas em várias partes do organismo. Além disso, o aparelho permite a melhor observação das próprias alterações do órgão da visão.

Para facilitar o exame do fundo do olho, os oculistas provocam o aumento da abertura da pupila, dilatando-a com a aplicação de atropina ou outras drogas. É por isso que, após esses exames, a visão próxima fica dificultada.

Vista através do oftalmoscópio, a superfície interna do olho apresenta cor vermelho-laranja, destacando-se os vasos sangüíneos, a mácula e a papila. Depois de verificar o aspecto geral do interior do globo ocular, o oculista examina detalhadamente a papila, região onde o nervo óptico e os vasos retinianos penetram no olho. A papila contrasta do restante da retina por sua cor rosa-claro; geralmente tem a forma de um disco circular, embora possa também ser ovalada. Das bordas para o centro, apresenta uma depressão pouco pronunciada (como se fosse um pires), conhecida por escavação fisiológica. Artérias e veias de pequeno calibre são bem visíveis sob a superfície da retina. As artérias, mais delgadas, têm cor vermelha brilhante e curvas suaves. As veias são mais escuras (devido ao sangue carregado de gás carbônico), tortuosas e de diâmetro maior.

Verificada a papila, o médico passa a examinar a mácula, um ponto especial da retina que focaliza com precisão as imagens. Glaucoma, "entupimento” das artérias e descolamento da retina são alterações decorrentes de problemas oculares. Doenças que afetam todo o organismo, por outro lado, também podem determinar alterações nos globos oculares. Estão nesse caso a hipertensão arterial, o diabete e os tumores cerebrais. O exame do fundo do olho permite confirmar a existência dessas doenças ou avaliar seu grau de gravidade. Médicos clínicos, por essa razão, freqüentemente encaminham seus pacientes aos oftalmologistas. E, conforme a natureza do caso, o enfermo voltará a consultar o clínico ou então será encaminhado a um especialista.

O AÇÚCAR — Em muitos casos, principalmente nos de doentes idosos, pode ocorrer o diabete, que se caracteriza por alterações no metabolismo dos açúcares. Em outras palavras, o açúcar não é aproveitado adequadamente pelo organismo. Como uma das conseqüências disso, pode aparecer importantes modificações na estrutura dos vasos sangüíneos, inclusive nos do fundo do olho (retinopatia diabética). As alterações surgem, geralmente, em ambos os olhos. O aspecto interno do olho não é obrigatoriamente característico da doença, apresentando muitas alterações vasculares, hemorragias, manchas de exsudações, papila dilatada etc., formando-se um quadro semelhante ao da hipertensão arterial. Contudo, as diferenças e peculiaridades, mesmo sendo muito sutis, permitem ao médico um diagnóstico preciso, confirmado posteriormente através de exames clínicos e de laboratório.

Quando o organismo é portador de hipercolesterolêmica (níveis de colesterol presente no sangue maior do que os normais), alteração muito freqüente também em pacientes diabéticos, os vasos do interior do olho tornam-se muito sinuosos e os reflexos de seus contornos desaparecem.


PANCREATITE

A pancreatite é determinada pelo rompimento dos canais excretores de suco pancreático, que acaba por “digerir” o próprio pâncreas.

SINTOMAS E TRATAMENTO — Os sintomas mais freqüentes são: dor abdominal, náuseas, vômitos, parada da eliminação de fezes e gases (íleo paralítico), febre e distensão abdominal. A dor instala-se subitamente, em forma de eólica ou como sensação contínua, localizada na porção média do ventre, com irradiação para os flancos e para a região lombar (dor "em cinturão”). Costuma ser intensa e surge, geralmente, após refeições abundantes, com ingestão alcoólica. Nos casos mais graves, a pressão arterial cai e os batimentos cardíacos aumentam (taquicardia); a pele assume coloração azulada (cianose) e pode ocorrer choque. Em 10% dos casos, detecta-se icterícia (aumento de bilirrubina no sangue, que torna a pele amarelada), resultante de alterações biliares associadas à pancreatite.

Juntamente com os sintomas e o exame clínico, os exames de laboratório permitem o estabelecimento de um diagnóstico correto. Estes últimos evidenciam aumento da taxa de amilase, lípase e glicose (glicemia) no sangue.

A elevação é tanto maior quanto mais extensas forem as áreas pancreáticas atingidas.

O prognóstico da doença é grave, sobretudo nos casos de hemorragias e edemas muito extensos. As principais complicações da pancreatite aguda incluem sua transformação em pancreatite crônica e a ocorrência de diabete, quando as células produtoras de insulina são danificadas em grande número.

O tratamento é essencialmente clínico. Sua finalidade consiste em diminuir a secreção de enzimas e a pressão no interior dos canais pancreáticos. Para esse fim, suprime-se a alimentação por via oral e administram-se medicamentos antiespasmódicos (como a papaverina) e inibidores da secreção do pâncreas (com a atropina).

O recurso da cirurgia só é utilizado nos casos de obstrução da principal via biliar (colédoco), que se manifesta por icterícia intensa, ou naqueles em que surgem infecções purulentas associadas, que exigem drenagem. Além desses, há o caso da estenose (estreitamento) da ampola de Vater, que também requer tratamento cirúrgico.



DIABETE INSÍPIDA
O HIPOTÁLAMO

Estrutura de importância relevante, intervém em numerosas funções orgânicas, como o metabolismo e a manutenção do equilíbrio térmico.

É uma afecção caracterizada por secreção muito abundante (vários litros diários) de urina pouco concentrada, provocada por lesão da porção da hipófise responsável pela produção de hormônio antidiurético.

A INFLUÊNCIA SOBRE A HIPÓFISE — A hipófise, por sua vez, também está sujeita à ação do hipotálamo, que exerce influência sobre seu lobo anterior ou adenoipófíse. Como essa porção glandular é responsável pela elaboração de inúmeros hormônios de grande importância para o organismo, como o que estimula o crescimento, o funcionamento da tireóide, das glândulas supra-renais, das gônadas etc., essas funções podem ser alteradas pela intervenção do hipotálamo. Embora este não exerça controle total sobre a hipófise, sua influência na produção desses hormônios é significativa. Um tumor hipotalâmico, por exemplo, pode causar aumento da produção hormonal; no caso das gônadas (glândulas produtoras de gametas, como os ovários e os testículos), por exemplo, a superprodução de gonadotrofina pode levar a um desenvolvimento sexual precoce.

E não é só. A influência do hipotálamo estende-se também ao lobo posterior, ou neurohipófise, secretor de diferentes hormônios. Um deles é a ocitocina, que provoca contração do útero e da musculatura lisa. Outro é o hormônio antidiurético. Este, segundo alguns autores, seria produzido na neurohipófise, sob controle de fibras nervosas que se ligam ao hipotálamo. Contudo, a teoria mais aceita é a de que esse hormônio é produzido no próprio hipotálamo pelas células do núcleo supra-óptico e, talvez, também pelas células do núcleo paraventricular.

Nesse caso, caberia à neurohipófise a tarefa de armazenar o hormônio, liberando-o na medida das necessidades orgânicas. Quando, em alguns casos de desidratação, a pressão osmótica do sangue aumenta, tornando-o mais concentrado (hipertonia), o organismo logo reage: a produção de hormônio antidiurético é incrementada e passa a agir sobre os túbulos renais; em conseqüência, haverá menor eliminação de urina e maior reabsorção de água. O que fará com que a pressão osmótica volte ao normal. Se uma pessoa ingere grandes quantidades de água, o que ocorre é a hiper-hidratação, com conseqüente diminuição da pressão osmótica do sangue. O mecanismo funciona, então, ao contrário': a secreção de hormônio antidiurético é inibida, resultando em maior eliminação de urina (diurese), o que faz a pressão osmótica normalizar-se.

Mas não é somente a pressão osmótica do sangue que pode alterar a secreção desse hormônio. Lesões nas fibras nervosas da hipófise ou em núcleos do hipotálamo (supra-óptico, paraventricular) acarretam o aparecimento do diabete insípido, moléstia que provoca a eliminação de grandes quantidades de urina por dia (5 litros ou mais). Para compensar, o paciente passa a ingerir quantidades proporcionais de líquido. As causas dessa enfermidade são várias: tromboses, traumatismos, infecções e tumores cranianos, o que atesta a extrema importância do funcionamento hipotálamo neurohipófise.
Além dos fatores fisiológicos, também os psíquicos estimulam a diurese. Muita gente diante de emoções mais fortes, como angústia e medo, sofre acidentes diuréticos.


A GLÂNDULA HIPÓFISE
Encerrada em verdadeira fortaleza, no interior do encéfalo, a glândula hipófise coordena praticamente todo o metabolismo do corpo.

OS HORMÔNIOS DA HIPÓFISE — A hipófise é uma glândula com tamanho e forma aproximados de um grão-de-bico, que se assenta em um arcabouço ósseo, chamado sela turca, situado no interior do crânio. A glândula acha-se protegida por dois anteparos (na frente e atrás) e por parte da dura-máter (em cima), que é uma das três camadas de proteção do encéfalo (meninges).

A hipófise divide-se perfeitamente em duas partes: a adenoipófise ou hipófise anterior, de tecido glandular e, por isso, capaz de secretar hormônios; e a neurohipófise, constituída de tecido nervoso, com a função de armazenar os hormônios produzidos pelo hipotálamo (vasopressina e ocitocina).

Os hormônios hipofisários podem ser considerados como elementos de contato da hipófise com as glândulas secundárias. São identificados pela sigla de seus nomes em inglês: STH (Somato-Trophic-Hormone), hormônio somatotrófico, responsável pelo crescimento corporal; LTH (Luteo-Trophic-Hormone), hormônio luteotrófico, também chamado prolactina, que age sobre o ovário e estimula a produção de leite na mulher; ACTH (Adreno-Cortico-Trophic-Hormone), hormônio adrenocorticotrófico, que age sobre a supra-renal; FSH (Follicle-Stimulating-Hormone), estimulante do ovário no desenvolvimento dos folículos, estruturas que contêm os óvulos em seu interior; LH (Luteinizing-Hormone) ou ISCH (In-tersticial-Cell-Stimulating-Hormone), hormônio luteinizante ou estimulante das células intersticiais, que ativa as glândulas sexuais femininas e masculinas. Os hormônios sexuais (FSH, LH e LTH) denominam-se gonadotróficos por agirem nas gônadas (glândulas sexuais).

Com variações numerosas, a hipófise existe em todos os animais vertebrados. Juntamente com o sistema nervoso central, é responsável pelas reações e impulsos com que as pessoas respondem aos estímulos do ambiente. O impulso sexual, por exemplo, é uma ação neuroglandular.

Basicamente, a hipófise é formada por células classificadas de acordo com sua afinidade à coloração. Umas recusam a pigmentação e são por isso chamada cromófobas (fobia a corantes); outras, maiores que as primeiras, tingem-se com facilidade e chamam-se cromófilas (amigas de corantes). As que só se tingem com corantes ácidos chamam-se acidófilas. E as que só podem ser coloridas com corantes básicos são denominadas basófilas. Cada uma dessas células é responsável pela produção de um ou mais tipos de hormô¬nios. Por exemplo, o STH, hormônio do crescimento, é produzido pelas células acidófilas. Uma lesão tumoral nessas células leva a um crescimento exagerado da pessoa. Ou, se ela já for adulta, ao crescimento desproporcional dos pés, mãos e queixo (acromegalia).

A parte nervosa da hipófise é regulada por impulsos nervosos recebidos do hipotálamo. Se esses impulsos cessam, surge à insuficiência hipotálamo-hipofisária que, por sua vez, resulta no diabete insípido, devido à falta de vasopressina. O paciente, urina exageradamente (mais de 10 litros por dia) e pode ocorrer grave desidratação. O tratamento é feito pela administração de injeções de extrato hipofisário.

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